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9 de ago. de 2018

MÃNÍA, DEUSA MÃE DOS LARES


MÃNÍA, DEUSA MÃE DOS LARES
Das manias vou falar.
Quem não as tem, ou faz uso regular?
Mania de limpeza, é parte curricular.
Mania de colecionar.
Pedras, palavras, lua, luar.

Mania de madrugadas silenciosas.
Gente e barulho a evitar.
Mania de ervas, um universo a explorar.
Mania de olhar a alma.
Através dessas janelas espiar.

Mania e observação andam juntas.
É mão na mão, cérebro & coração.
Mania de perfeição.
Mesmo que não consiga.
É uma constante briga.

Mania de etimologia.
Descoberta intrigante.
Chega a ser decepcionante...
Significa vícios loucos.
Na mitologia: Mãnía, deusa mãe dos lares.
Talvez daí venham as manias das mães.
Esposas e similares.

Manias são detalhes na vida comum.
São acervos de colecionares.
Mania poética, guardar sentimentos no papel.
Essas pequenas coisas que formam um menestrel.
Poetas bardos que se referiam a histórias de lugares.
Eventos reais ou imaginários errantes.
Existem no mundo como Cervantes.

Manias boas, ou ruins.
Todos temos em número sem fim.
Se dá para viver sem elas? 
Acredito que não, algo me diz, desse jeito assim.

São nossas partes expostas ou escondidas.
Passeiam nas vidas, pelas idas e vindas.
São hábitos, tiranias íntimas.
Pelas quais governamos e somos governados.

Manias, são bens guardados.
Significam muito, são intuitos, objetivos e metas.
Maníacos, vivem em um estado mental constante de alerta.
É pura alegria e otimismo. 
Autoestima elevada demais.

Temos manias, somos mental.
É bom tê-las, conosco ou com outros.
Desde que a ninguém façam mal.

DEIXEI-TE IR...

DEIXEI-TE IR... 
Houve um tempo em que todos éramos educados.
O nome desse tempo era “início”.
Vinha acompanhado de “muito prazer”.
Após o “início” tudo se transformou em: 
“E aí, tudo bem?”.
São fases, entre elas muito papo e coração aberto.
A amizade tem início e talvez não tenha fim. 
E aí, tudo bem?
Sim, tudo bem!
Assim é, para todos os que respeitam o início.
Passam os tempos e surgem os julgamentos...
Em nome da amizade, vem a intromissão. 
Um tipo de coleguismo se instala.
Aproveita espaços, lacunas de carência.
Um pitaco aqui, outro acolá, 
a educação se acanha.
O silêncio cresce, é fermento da interferência.
A educação gentilmente pede, mas é ignorada.
A cegueira entra e se acomoda.
O tempo passa lentamente.
Houve um tempo em que éramos educados, gentis...
O abuso se meteu no meio e ignorou as regras.
Houve um tempo, agora não há mais.
O silêncio se deitou em cima e não levanta.
E aí tudo bem?
Tudo bem...
Deixamos de lado a educação e com muito prazer...
Não se abre mais a porta da gentileza.
Olhamos pela janela passivamente.
Não houve fim, mas tudo foi dissipado.
Deixei-te ir, não havia mais espaço para convívio.
Quando o abuso força a porta, damos adeus pela janela.
E aí, tudo bem?
Agora sim!