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9 de ago. de 2018

DEIXEI-TE IR...

DEIXEI-TE IR... 
Houve um tempo em que todos éramos educados.
O nome desse tempo era “início”.
Vinha acompanhado de “muito prazer”.
Após o “início” tudo se transformou em: 
“E aí, tudo bem?”.
São fases, entre elas muito papo e coração aberto.
A amizade tem início e talvez não tenha fim. 
E aí, tudo bem?
Sim, tudo bem!
Assim é, para todos os que respeitam o início.
Passam os tempos e surgem os julgamentos...
Em nome da amizade, vem a intromissão. 
Um tipo de coleguismo se instala.
Aproveita espaços, lacunas de carência.
Um pitaco aqui, outro acolá, 
a educação se acanha.
O silêncio cresce, é fermento da interferência.
A educação gentilmente pede, mas é ignorada.
A cegueira entra e se acomoda.
O tempo passa lentamente.
Houve um tempo em que éramos educados, gentis...
O abuso se meteu no meio e ignorou as regras.
Houve um tempo, agora não há mais.
O silêncio se deitou em cima e não levanta.
E aí tudo bem?
Tudo bem...
Deixamos de lado a educação e com muito prazer...
Não se abre mais a porta da gentileza.
Olhamos pela janela passivamente.
Não houve fim, mas tudo foi dissipado.
Deixei-te ir, não havia mais espaço para convívio.
Quando o abuso força a porta, damos adeus pela janela.
E aí, tudo bem?
Agora sim!

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