Nos teus braços...
Tem dias que fico pequena;
Vou me encolhendo;
Para me defender das surras que a vida dá.
Tenho medo de acabar tão miúda;
Ao ponto de ficar invisível.
De sumir dentro de mim mesma.
De não mais me achar.
Nessa hora lembro do teu abraço.
Só o que me restou.
E dele me alimento e fortaleço.
Quem dera, meu Deus.
Na minha pequenez.
Pudesse o vento me levar.
Para onde você está.
Com força, batesse no teu peito.
Para de lá, nunca mais desgrudar.
Encolhida e protegida ficaria.
Até o teu amor, meu tamanho aumentar.
Nos teus braços...
Forte de novo cresceria.
Sob o teu olhar.
A beleza do amor;
Está nos olhos que o refletem.
Está na alma que o cria.
Está no ser que o sente.
É um pássaro livre.
Que voa para onde lhe apraz.
Que pousa.
Onde o encaixe é naturalmente.
Traçado pelo sentimento recíproco.
Que nunca se desfaz.
Izabel Gonçalves.